Sei que já há algum tempo não publico. É que estive viajando. Assim, desculpe minha ausência.
Talvez não tenha percebido, mas eu não resenho muitos livros por aqui. Pelo menos não tantos quanto eu gostaria. Meu problema não é ler pouco, é ler pouco sobre o que eu poderia escrever. Deixe-me explicar: eu tenho um fraco por clássicos. Um grande fraco. É o que eu mais leio, e, quando acabo, simplesmente não me sinto digna de resenhá-los. Se eu gosto muito, não acho que minhas palavras são boas o suficiente. Se não gosto, acho que não tenho o direito de criticar, afinal clássicos são assim classificados por um motivo. E é por isso que resenho poucos livros. Leio muitos clássicos.
Mas também não queria ser injusta, simplesmente fingindo que esses livros não existem, ao invés de compartilhá-los aqui no blog. Então esse é um Top 10 dos melhores clássicos para mim, regressivamente. Conforme for mencionando os livros, vou falar brevemente sobre eles. Abaixo, não registro uma verdade absoluta e incontestável. Na verdade, sinta-se à vontade para contestar-me nos comentários, e dizer qual o seu clássico favorito. São só os dez clássicos de que mais gostei dentre os que já li.
Em décimo lugar: Um Conto de Natal, Charles Dickens
Escolhi esse livro como o décimo melhor por achar que, em sua simplicidade, ele chega quase à perfeição. Por mais clichê e previsível que seja seu enredo, é assim que ele tinha que ser, pois essa é a sua proposta, e esses são dois dos fatores que me fazem gostar dele.
A história retratada em Um Conto de Natal (talvez a reconheçam como a adaptação com Jim Carrey, Os Fanstasmas de Scrooge) é o tipo de coisa para se ler... no Natal. Em outra época do ano não faria sentido, pois, como ensina o próprio livro, perto das Festas as pessoas estão mais festivas, felizes e receptivas. É uma história leve da qual não se deve esperar muitas reviravoltas e surpresas. É, mesmo assim, muito bonita.
Em nono lugar: Peter Pan e Wendy, J. M. Barrie
É muito possível que a história do menino que não queria crescer tenha estado presente na infância de todos. Se não é o caso, gostaria que fosse, porque é uma história cheia de inocência encantadora, que nos dá vontade de cobrir um olho com a mão, como um tapa-olho, e brincar de pirata com Peter e Wendy.
E o Capitão Gancho é um dos vilões da literatura que mais me agrada. Ele, todo traiçoeiro e malvado, pirata tão mau que pode despertar sentimentos ruins (se é que isso é possível) em crianças!
Em oitavo lugar: O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint-Exupéry
O Pequeno Príncipe é possivelmente a história mais doce que já li. Dentre todos os clássicos da lista, é talvez o que tem mais a ensinar, o mais adorável de todos. Esse, sim, para todas as idades. Uma leitura que eu considero obrigatória uma vez na infância e uma vez na fase adulta.
Não costumo ler muitos livros franceses, por falta de oportunidade, diria, mas se todos forem tão bonitos e significativos quanto O Pequeno Príncipe, quero ler todos.
Em sétimo lugar: O Médico e o Monstro, Robert Louis Stevenson
O Médico e o Monstro sem dúvida me intrigou. E, inclusive, se não estivesse competindo com outros livros tão bons, estaria numa posição melhor. Merecia estar.
A história de Louis Stevenson é diferente de tudo o que eu já li, de uma forma que não consigo definir muito bem. Talvez sua natureza sombria, o clima tenso que persiste... Tudo isso contribui para que o livro mereça sua boa fama. A edição que li (emprestada, infelizmente, de forma que não posso reler meus trechos preferidos) contava ainda com incríveis ilustrações de Mauro Cascioli.
Em sexto lugar: Frankenstein, Mary Shelley
O livro Frankenstein é conhecido como o segundo melhor da literatura de terror (logo depois do Drácula, de Bram Stoker, que eu infelizmente ainda não tive chance de ler). Apesar de eu não concordar com a categoria em que se encontra, pois não acredito na maldade do apelidado demônio, e sim numa resposta à forma como ele é tratado, amo a escrita de Shelley, suas descrições de paisagens e sentimentos e sua história como um todo.
A respeito de Frankenstein é também interessante as circunstâncias sob as quais foi escrito. Num castelo na Suíça, um grupo de amigos resolveu fazer uma competição de contos de terror. Quem diria que a uma participante que não era escritora seria a única a terminar a história. E se isso já era improvável, imagine que seu conto virou um livro, e seu livro virou um clássico!
Em quinto lugar: Sherlock Holmes, Sir Arthur Conan Doyle
Por Sherlock Holmes quero dizer toda e qualquer história do famoso detetive. Isso porque, apesar de só ter lido dois de seus livros e alguns contos, estou bem ciente de sua genialidade. Digo, da genialidade de Conan Doyle.
Dentre todos os detetives de histórias de mistério (que não são poucos) Holmes é o mais surpreendente. A forma como ele desvenda os crimes é brilhante, e também convincente. Dizem que ele criou o gênero. Então, quando se trata de histórias de detetive, recomendo sem dúvida Sherlock Holmes.
Em quarto lugar: A Trilogia Fronteiras do Universo, Philip Pullman
Não conheço ninguém que tenha lido a trilogia Fronteiras do Universo e não tenha gostado. Perdão, que não tenha amado. É uma trama tão inteligente, bem construída e original que é impossível não aprovar. Se ainda não leu, dê uma chance, mesmo que tenha visto e não gostado do filme. Se esse é o caso, eu te entendo. Também não gostei, quando vi no cinema. Mas o filme não é nem mesmo digno de colocar o nome Philip Pullman nos créditos. Ele é um gênio e sua obra merecia algo melhor.
Os três livros da série são bem diferentes entre si, mas não se pode lê-los fora de ordem. Cada um trás novas descobertas e formas de te prender a cada página. Todos, especialmente o último, são grandes, mas não desanime antes de começar! Não se tornam repetitivos ou entediantes em momento algum, e o final é brilhante.
Em terceiro lugar: A Saga Harry Potter, J. K. Rowling
Talvez por ter pouco tempo de publicação, não seja de consentimento geral que os livros de Harry Potter são clássicos. Mas, acredite, é só uma questão de tempo.
Desde a publicação, a saga do bruxo Harry Potter vem atraindo mais e mais fãs. E não é para menos. Viciante para todas as idades, é o tipo de série que, mesmo que tenha muitos livros, ao final de cada um você tem a sensação de precisar ler o próximo, e, quando acaba, dá até a famosa depressão pós-leitura, quando você acha que nunca mais vai ler algo tão bom.
Não só a história é boa como também os personagens, e você não deixa de lembrar de Harry quando vê uma vassoura voadora na TV, de Rony quando se depara com uma família ruiva e de Hermione quando encontra um livro grosso e empoeirado na biblioteca.
Em segundo lugar: A Trilogia do Anel, J. R. R. Tolkien
Eu quase dei aos três livros da saga O Senhor dos Anéis o primeiro lugar. Quase. Se pudesse, possivelmente daria como empatado com o meu eleito como melhor clássico, mas...
Acho que todo mundo já viu os filmes dessa trilogia. Se tem uma coisa que posso dizer sobre isso é: você não viu nada. Sim, porque a forma como Tolkien, sem dúvida meu autor preferido, escreve é tão bonita, tão delicada, tão apaixonante! Algumas pessoas podem considerar suas sempre presentes descrições um tanto quanto maçantes (não é o meu caso), mas se você se considerar propenso a isso, não desista da leitura! Leia os livros devagar, no seu ritmo, pois O Senhor dos Anéis não é uma saga para se devorar, e sim para apreciar, se deliciar com cada nuance e palavra. Portanto, para se ter paciência.
Apesar de ter posto em segundo lugar A Trilogia do Anel, considero na mesma posição O Hobbit, do mesmo autor. Seu filme, eu resenhei aqui.
Em primeiro lugar: O Morro dos Ventos Uivantes, Emily Brontë
Então esse é o melhor clássico para mim. Não direi com toda a certeza, sem sombra de dúvida, completamente indubitável. Não seria verdade: há muitos clássicos bons, e foi muito difícil me decidir em que ordem ficariam os cinco melhores. Escolhi por fim o único romance de Emily Brontë.
Algumas pessoas podem não gostar do amor de Catherine e Heathcliff por ser tão indefinido, tão sofrido, tão impossível. Acredito que é isso que o faz tão lindo: ele sobrevive, secreto, apesar de tudo. Além disso, nenhum personagem é perfeito. Todos têm defeitos muito claros, alguns até mais acentuados que as qualidades. Isso os torna mais reais e próximos do leitor. E é por isso que, para mim, O Morro dos Ventos Uivantes é o melhor clássico.
E esses foram os meus dez clássicos preferidos. Posso ter sido injusta, principalmente na escolha do Top 5, mas precisava, mesmo que um tanto contrariada, escolher uma ordem. Se tiver a oportunidade, dê uma chance a esses livros, a qualquer um deles, porque mesmo que eu os tenha enumerado por qualidade, todos são incríveis.
Desculpe se apenas um livro não é de autor inglês. Como amante da Inglaterra e de sua literatura, leio muitos livros ingleses, e não coloquei na lista nenhum brasileiro simplesmente por não ter lido poucos clássicos do Brasil (e que vergonha ao dizer isso)! Se serve de consolo, O Feijão e o Sonho, brasileiro, quase entrou no hanking, assim como A Metamorfose, livro alemão.
Até mais,
Gih